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Derivativos: o que são e como funcionam no mercado financeiro

Com o intuito de fornecer os conhecimentos básicos a respeito de um tema tão importante no mercado, essa pequena série de artigos irá abordar o conhecimento inicial para investidores que nunca tiveram contato com os derivativos. 

Origem e propósito
Não é novidade que as emoções e a incerteza têm forte influência no comportamento da economia e dos mercados, porém, no caso dos derivativos, foi justamente a preocupação com o futuro incerto e com a emoção dos outros participantes do mercado que criou essa ferramenta. 
 
Logo de início é importante destacar que os derivativos (nomeados assim por serem contratos derivados de um ativo base) não devem ser encarados como uma modalidade de investimento. Na verdade, os derivativos surgem com a proposta de proteção e garantia no caso de um investimento malsucedido. 
 
Tipos de derivativo
 
Quatro tipos de contrato são os mais comuns e podem ser ditos como os principais derivativos;
 
Opções: No livro “Come Into My Trading Room” escrito pelo Dr. Alexander Elder ele define opções como “… uma aposta que uma ação específica, índice ou futuro atingirá, ou excederá um preço especifico em um tempo específico.” 
 
Futuros: Ainda no já mencionado livro, o autor define os futuros como “… um contrato para entregar ou aceitar a entrega de uma quantidade específica de uma commodity* em uma certa data.”
 
Mercado a termo: É similar aos contratos futuros, com algumas diferenças na prática das operações, que serão explicadas e comparadas em seus respectivos artigos. 
 
 
Swaps: No livro “Interest Rate and Currency Swaps: A Tutorial” escrito por Keith C. Brown, CFA e Donald J. Smith e publicado pelo Institute of Chartered Financial Analysts (CFA). Swaps são definidos como “Duas contrapartes concordam em realizar uma troca (swap) periódica de fluxos financeiros expressos em diferentes unidades monetárias.”
 
Existem registros históricos que demonstram o uso de contratos similares ao que são os derivativos durante séculos na agricultura e pecuária, ainda hoje são amplamente utilizados por grandes produtores e compradores no agro. Porém, o início do mercado de derivativos como temos hoje se deu na Chicago Board Options Exchange (CBOE) durante a década de 70.
 
 
Todos os tipos de derivativo serão melhor abordados e exemplificados em seus respetivos artigos, para desenvolver mais a explicação inicial, deixo um exemplo. 
 
 

Exemplo

Exemplificando um caso simples do uso de um derivativo:

(Todos os valores são meramente didáticos)

Imagine que um cafeicultor investe R$ 1000,00 para preparar uma safra que ficará pronta em um ano. No momento do preparo, o valor da saca de café (60 kg) é de R$100,00 e é esperado que a safra resulte em cem sacas, ou seja:

Lucro = receita – custo

R$ 9000,00 = R$100,00 x 100 (sacas) – R$1000,00

Ao final da produção ele terá R$10.000,00 reais em café e teoricamente R$9000,00 de lucro na safra. Entretanto, o valor da saca de café, assim como diversas outras commodities* não é estático, ele pode variar dependendo de diversos fatores como oferta e demanda, conceito econômico a respeito da precificação de produtos a partir da escassez, ou algum outro produtor pode estar disposto a vender seu café por um valor menor e acabar desvalorizando o preço da saca. Dessa forma, diversos fatores podem influenciar no preço futuro do café e isso não é previsível (lembrando que é justamente o medo da imprevisibilidade que cria a necessidade por derivativos). No momento da plantação o cafeicultor assume esse risco e pode inclusive acabar no prejuízo caso o valor do café caia demais. E é aí que o derivativo pode ser a solução, o cafeicultor pode recorrer ao mercado a termo, por exemplo, e acordar com um comprador o valor exato que ele pretende receber e em que data ele irá entregar as sacas de café. Em alguns casos a liquidação dos contratos pode ser física ou somente financeira, atualmente a maior parte dos contratos tem liquidação financeira e as partes abatem o valor com a operação. Para o cafeicultor a vantagem da operação foi a de garantir o lucro, por mais que talvez o preço do café possa subir e ele terá deixado de ganhar um lucro maior, a possibilidade de não ganhar nada e ainda ficar no prejuízo é muitas vezes mais assustadora para o produtor, portanto, ele prefere recorrer ao mercado de derivativos e fazer o hedge da operação. Para o comprador também há uma vantagem que é a certeza de receber o café que precisa na data e no preço desejado. Sem ter que se preocupar com possíveis flutuações no preço do ativo base (o café).

Hedge em inglês dependendo do contexto tem o significado de cerca ou limite, no mercado financeiro hedge é usado como uma forma de limitar possíveis perdas, mitigar o risco de um investimento. A principal proposta dos derivativos, sejam opções, futuros, mercado a termo e swaps é proteção contra perdas.

Outro uso dado a este mercado, que atrai boa parte dos especuladores, é a possibilidade de ganhar inigualáveis lucros a partir dos derivativos. Seja buscando uma estratégia sazonal, se baseando em expectativas macroeconômicas, etc. Um dos maiores problemas deste mercado para especuladores iniciantes é o uso da alavancagem. Através da alavancagem financeira (do inglês financial leverage), é o uso de recursos emprestados ou outros instrumentos financeiros para aumentar o capital usado na estratégia, por mais sedutor que isso tudo seja, não me aprofundarei a respeito neste artigo, pois a intenção é explicar o básico e apresentar o tema para aqueles que ainda não tem intimidade com o assunto.

 

“Mas eu não produzo nada e não quero correr o risco da especulação, derivativos são úteis para mim?”

Sim, os derivativos podem ser usados para proteger investidores que estão expostos a índices de ações como o IBOVESPA ou que dependem de moedas estrangeiras (até na hora de comprar dólares ou euros para viagem). Nos próximos artigos tratei exemplos práticos destas situações.

Termos importantes

* Commodities são produtos considerados básicos, globais e não industrializados (matéria-prima), como, por exemplo: petróleo, soja, café, ouro, milho, laranja, carne.

Artigos específicos:

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Cristiano Duarte – CNPI

Sócio e Head Estrategista na V10, integrando a equipe de análise desde 2020. Ele acumula passagens por empresas de destaque, como a multinacional ArcelorMittal. 

Graduado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui certificações em análise de fundos imobiliários, fundos de investimento no exterior e gestão de risco.

 É também certificado pela ANBIMA como Especialista de Investimentos (CEA) e pela APIMEC como Profissional de Investimentos Técnico (CNPI-T).

Natalia Bichara

Atua como responsável pelo financeiro e administrativo na V10. Desempenha um papel fundamental na análise e elaboração de relatórios financeiros, monitoramento de transações e coordenação do planejamento financeiro estratégico.

Graduada em Engenharia Civil e Arquitetura.

Aline Bessa

Atuante no back-office da V10 Investimentos. Com mais de 20 anos de experiência, desempenha um papel fundamental na atualização das carteiras de investimentos, no registro minucioso de transações e na conciliação de contas.

Bruno Sprada

Com formação militar sólida, iniciou sua carreira como analista de RH por quatro anos e posteriormente ingressou no mercado financeiro no ramo de educação (fundador do canal Capital Investidor) e planejamento através da consultoria de investimentos.

Atualmente, faz parte do quadro de sócios na V10 Investimentos e atua como planejador sênior. Contribui nos segmentos planejamento financeiro, análise orçamentária e construção de carteiras de investimento.

Graduado em Administração de Empresas pela UFPR e possui diversas qualificações, incluindo a certificação de Private Banking, CPA-20 e está em processo de obtenção da certificação de Analista CNPI Peno.

João Paulo Gonçalves

Iniciou sua carreira no mercado financeiro em 2016 na área de P&D na Sicloos Consultoria. Posteriormente, em 2018, começou a atuar na área de Private Banking através da XP Investimentos e fundou seu primeiro family-office em 2020.

Atualmente é sócio e planejador financeiro sênior na V10 Investimentos com foco na alocação patrimonial dentro e fora do Brasil para clientes perfil alta-renda/private. Contribui também para as análises macroeconômicas/estratégicas da empresa.

Graduado em Economia pela Universidade Federal de Brasília e está em processo de obtenção da certificação CGA.

Rodrigo Sprada

Iniciou sua carreira no mercado com trajetória profissional diversificada nas áreas de recursos humanos, análise de processos, projetos e analista financeiro. Desde 2019, dedica-se como educador financeiro sendo fundador do canal Capital Investidor.

Na V10 Investimentos, Rodrigo é sócio, CFO e consultor de investimentos, aplicando seu conhecimento em planejamento financeiro e sucessório, criação de carteiras personalizadas e elaboração de relatórios financeiros.

Possui diploma em Administração de Empresas pela UFPR e várias certificações na área financeira, incluindo a qualificação de investidor profissional CEA.

Bruna Quites

Deu os primeiros passos no mercado financeiro através da gestão de recursos próprios e posteriormente, após concluir sua pós em Finanças e Análises de Ações, realizou uma transição completa de carreira.

Na V10 Investimentos, é sócia há 3 anos e acredita que compreender perfeitamente as soluções de investimento e alinhar os objetivos dos clientes são fundamentais para transformar suas vidas e patrimônios financeiros.

Graduada em Engenharia e possui MBA em Finanças/Análises de Ações.

Luiz Eric Gollop

Robusta experiência no mercado financeiro, tendo trabalhado na concessão de crédito, assessoria em seguros, previdência privada e principalmente na gestão de investimentos de pessoas física e jurídica em grandes bancos como Itaú Unibanco (6 anos) e Santander (9 anos).

Trabalhou com gestão de clube de investimentos de ações e por último a gestão completa de investimentos aqui na V10 investimentos.

Formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, pós graduado pela FGV São Paulo através do CEAG e é especialista em Investimentos (CEA) pela Anbima.

Eduardo Melo

Com mais de 15 anos de experiência, foi fundador da primeira gestora de investimentos independente do Centro-Oeste, com mais de 400 milhões de reais sob gestão e já treinou mais de 150 profissionais do mercado financeiro.

Na V10 Investimentos, Eduardo desempenha um papel fundamental como diretor comercial e consultor de investimentos, contribuindo para o desenvolvimento estratégico e a expansão dos negócios da empresa.

Especializado em Gestão e Liderança pela ESSEC Business School e marketing e análises de Negócios pela Yale University.

Guilherme Telhado

Iniciou a sua trajetória no mercado financeiro há mais de 20 anos no Banco do Brasil, em 2003. Em 2006, teve a honra de inaugurar a primeira filial da XP Investimentos em Minas Gerais. Sua jornada como sócio da XP CCTVM SA se estendeu até o ano de 2017.

É sócio-fundador da V10 e desempenha o importante cargo de Diretor Executivo e Compliance. Desempenha um papel multifacetado, atuando em diversas áreas, como o comitê de risco, compliance e geração de novos negócios.

Graduado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais.