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Opções, descubra os mercados derivativos

No segundo artigo desta minissérie, vamos buscar compreender as opções de ações, um dos tipos de derivativos mais apresentados aos investidores iniciantes, e conta com estratégias amplamente disseminadas na internet.

Conceitos iniciais

É crucial entender as partes envolvidas no mercado de opções e a nomenclatura dada aos diferentes lados da negociação.

O titular é aquele que compra a opção, e o lançador é aquele que vende para o titular. O importante é lembrar que o titular compra um direito, enquanto o lançador vende uma obrigação. Dessa forma, se você comprar uma opção de compra denominada (call), você tem a opção, na data acordada, de escolher entre comprar ou não a ação atrelada àquela opção, e o lançador tem o dever de vender para você caso a opção seja exercida.

E o contrário é verdadeiro. Caso você compre uma opção de venda (put), você terá o direito (a opção) de vender para o lançador aquela ação a um determinado preço na data combinada de exercício.

Uma palavra muito importante quando se trata de opções é ‘direito’. Perceba que as opções se diferenciam de outros derivativos também por não contarem com a necessária obrigação por parte daquele que compra o contrato, e sim o direito de realizar uma compra ou venda. Assim como em um seguro, o segurado tem o direito de usar o dinheiro da proteção contratada, mas não tem a obrigação de acionar o seguro, já a seguradora é obrigada a realizar sua parte do acordo.

Nem sempre as opções compradas vão valer a pena na data de vencimento, por isso o titular escolhe exercer ou não. Nos casos em que não compensa mais, é dito que a opção virou pó. Por isso, deve-se atentar ao vencimento e planejar se de fato haverá o resultado esperado naquele período. O vencimento inclusive separa as opções em duas:

Americanas: São mais flexíveis e podem ser exercidas antes do vencimento

Europeias: Só podem ser exercidas na data do vencimento

A nomenclatura das opções incide qual ação, qual tipo de opção (call ou put), e qual o vencimento, da seguinte maneira:

 PETR L   366

PETR representa as quatro letras do ativo objeto (ação),

L É o mês de vencimento e o tipo de opção, a baixo deixarei a tabela das letras para consulta. L é para calls de vencimento em dezembro.

 

366 É o preço de strike da opção. (Nesse caso daria algo entorno de R$36,60)

 

Existem equações interessantes que demonstram o funcionamento do payoff de uma opção

Por exemplo, considerando uma opção de call do tipo europeia, o lado do titular (comprador) pode ser calculado pela seguinte fórmula

                                                                                                            Max(St – X,0)

Aonde:

St = preço a vista (chamado de spot)

X = preço de exercício (strike)

Ou seja, a opção só “vale a pena” se St > X

Para o lado do lançador (vendedor) é explorada a seguinte fórmula

                                                                                                             Min(X,0 – St)

Usando os mesmos parâmetros, o melhor para o vendedor é que St < X já que ele permanecerá com o valor do ativo e ganhará lucro com o prêmio.

 

Apesar de não se tratar de uma loteria, o mercado de opções apresenta o que é chamado de ‘prêmio’. O prêmio é o valor pago pelo titular (comprador) ao lançador (vendedor) da opção. Algumas estratégias se baseiam nesse valor de prêmio, o qual pode ser utilizado, por exemplo, para reduzir potenciais perdas percentuais de uma carteira.

Precificação

Se você leu o artigo introdutório, você sabe que um derivativo tem esse nome por tomar como base um ativo original. Nas opções as ações são o ativo objeto e, portanto, o preço da opção e contrato depende daquela ação. Explicar a precificação de opções exigiria aprofundar mais no assunto. Assunto esse que rendeu o Nobel de economia para os professores, Robertt C. Merton de Harvard e Myrton S.Scholes de Stanford, eles juntamente com Fischer Black desenvolveram o método de precificação de opções conhecido como Black-Scholes (posteriormente chamado também de Black-Scholes-Merton), mesmo esse modelo não sendo perfeito é crucial para se entender a precificação de opções e entre os cálculos conta com:

                                                                              (∂V/∂t) + (1/2σ²S²[ ∂²V/ ∂S/2]) + (rS[∂V/∂S]) – rV = 0

V= preço da opção

S = preço do ativo

t = tempo

r = taxa livre de risco

σ = volatilidade

Por mais interessante que seja, não irei me prolongar neste tópico e daremos sequencia em entender um exemplo prático:

Se um investidor está muito exposto a Petrobras, por exemplo, e sabe que uma mudança de governo pode fazer com que o preço da ação caia bruscamente, é prudente ir ao mercado lançar uma opção de compra, assim, caso alguém pense diferente e se disponha a comprar suas opções e correr o risco do mercado.

É um uso muito comum para proteger investidores, mas mesmo assim é importante ser feito com um bom conhecimento do mercado.

Para fins de aprendizado, acho importante mostrar os gráficos de opções:

A linha horizontal azul indica o valor do ativo no mercado e a vermelha o payoff da opção. 

ITM ATM OTM

Por último, é interessante compreender o chamado ITM, ATM e OTM

ITM = In the Money ou “Dentro do dinheiro” preço de exercício “mais vantajoso” que o a vista

ATM = At the Money ou “no dinheiro” preço de exercício próximo ou igual ao a vista

OTM = Out the Money ou “Fora do dinheiro” preço de exercício “menos vantajoso” que o a vista

“Mas e as opções binarias?”

São outra ferramenta financeira que não tem nenhuma relação com as opções de ações, não são reguladas no Brasil e obviamente não são presentes na bolsa. Basicamente a ideia das opções binarias e acertar para qual direção o valor de um ativo irá caminhar em um curto período de tempo. E é um modelo perigoso de especulação que infelizmente atrai muitos indivíduos que desconhecem os riscos.

Conclusão

Espero ter esclarecido o básico a respeito do mercado de opções e que este texto tenha lhe agradado. Caso tenha mais interesse no assunto dos derivativos, convido-o a ler os outros artigos da série.

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Cristiano Duarte – CNPI

Sócio e Head Estrategista na V10, integrando a equipe de análise desde 2020. Ele acumula passagens por empresas de destaque, como a multinacional ArcelorMittal. 

Graduado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui certificações em análise de fundos imobiliários, fundos de investimento no exterior e gestão de risco.

 É também certificado pela ANBIMA como Especialista de Investimentos (CEA) e pela APIMEC como Profissional de Investimentos Técnico (CNPI-T).

Natalia Bichara

Atua como responsável pelo financeiro e administrativo na V10. Desempenha um papel fundamental na análise e elaboração de relatórios financeiros, monitoramento de transações e coordenação do planejamento financeiro estratégico.

Graduada em Engenharia Civil e Arquitetura.

Aline Bessa

Atuante no back-office da V10 Investimentos. Com mais de 20 anos de experiência, desempenha um papel fundamental na atualização das carteiras de investimentos, no registro minucioso de transações e na conciliação de contas.

Bruno Sprada

Com formação militar sólida, iniciou sua carreira como analista de RH por quatro anos e posteriormente ingressou no mercado financeiro no ramo de educação (fundador do canal Capital Investidor) e planejamento através da consultoria de investimentos.

Atualmente, faz parte do quadro de sócios na V10 Investimentos e atua como planejador sênior. Contribui nos segmentos planejamento financeiro, análise orçamentária e construção de carteiras de investimento.

Graduado em Administração de Empresas pela UFPR e possui diversas qualificações, incluindo a certificação de Private Banking, CPA-20 e está em processo de obtenção da certificação de Analista CNPI Peno.

João Paulo Gonçalves

Iniciou sua carreira no mercado financeiro em 2016 na área de P&D na Sicloos Consultoria. Posteriormente, em 2018, começou a atuar na área de Private Banking através da XP Investimentos e fundou seu primeiro family-office em 2020.

Atualmente é sócio e planejador financeiro sênior na V10 Investimentos com foco na alocação patrimonial dentro e fora do Brasil para clientes perfil alta-renda/private. Contribui também para as análises macroeconômicas/estratégicas da empresa.

Graduado em Economia pela Universidade Federal de Brasília e está em processo de obtenção da certificação CGA.

Rodrigo Sprada

Iniciou sua carreira no mercado com trajetória profissional diversificada nas áreas de recursos humanos, análise de processos, projetos e analista financeiro. Desde 2019, dedica-se como educador financeiro sendo fundador do canal Capital Investidor.

Na V10 Investimentos, Rodrigo é sócio, CFO e consultor de investimentos, aplicando seu conhecimento em planejamento financeiro e sucessório, criação de carteiras personalizadas e elaboração de relatórios financeiros.

Possui diploma em Administração de Empresas pela UFPR e várias certificações na área financeira, incluindo a qualificação de investidor profissional CEA.

Bruna Quites

Deu os primeiros passos no mercado financeiro através da gestão de recursos próprios e posteriormente, após concluir sua pós em Finanças e Análises de Ações, realizou uma transição completa de carreira.

Na V10 Investimentos, é sócia há 3 anos e acredita que compreender perfeitamente as soluções de investimento e alinhar os objetivos dos clientes são fundamentais para transformar suas vidas e patrimônios financeiros.

Graduada em Engenharia e possui MBA em Finanças/Análises de Ações.

Luiz Eric Gollop

Robusta experiência no mercado financeiro, tendo trabalhado na concessão de crédito, assessoria em seguros, previdência privada e principalmente na gestão de investimentos de pessoas física e jurídica em grandes bancos como Itaú Unibanco (6 anos) e Santander (9 anos).

Trabalhou com gestão de clube de investimentos de ações e por último a gestão completa de investimentos aqui na V10 investimentos.

Formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, pós graduado pela FGV São Paulo através do CEAG e é especialista em Investimentos (CEA) pela Anbima.

Eduardo Melo

Com mais de 15 anos de experiência, foi fundador da primeira gestora de investimentos independente do Centro-Oeste, com mais de 400 milhões de reais sob gestão e já treinou mais de 150 profissionais do mercado financeiro.

Na V10 Investimentos, Eduardo desempenha um papel fundamental como diretor comercial e consultor de investimentos, contribuindo para o desenvolvimento estratégico e a expansão dos negócios da empresa.

Especializado em Gestão e Liderança pela ESSEC Business School e marketing e análises de Negócios pela Yale University.

Guilherme Telhado

Iniciou a sua trajetória no mercado financeiro há mais de 20 anos no Banco do Brasil, em 2003. Em 2006, teve a honra de inaugurar a primeira filial da XP Investimentos em Minas Gerais. Sua jornada como sócio da XP CCTVM SA se estendeu até o ano de 2017.

É sócio-fundador da V10 e desempenha o importante cargo de Diretor Executivo e Compliance. Desempenha um papel multifacetado, atuando em diversas áreas, como o comitê de risco, compliance e geração de novos negócios.

Graduado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais.